Havia certa vez um garoto de 16 anos. Era o maiz zuado de um grupo de cinco amigos "inseparáveis". Aquele que inventava os termos mais loucos e estapafúrdios. Diziam os amigos que nunca havia de ter beijado, apesar de sua página de relacionamentos ter várias indiretas de que beijo melhor não havia na cidade. O menino de 16 anos era desacreditado pelos amigos por seu jeito desengonçado, fala enrolada, e malandragem exagerada. Num certo dia apareceu-lhes uma mulher no auge de sua jovialidade. Uns diziam que ela tinha por volta de seus vinte e cinco anos, outros davam-lhe um pouco mais. A mulher misteriosa chegara entre eles como um desafio a ser vencido, o premio é claro iria para o melhor. Boca farta, seios medianos e traseira avantajada, a mulher misteriosa esbanjava auto-confiança. Olhava atentamente aqueles meninos prestativos jorrando testosterona em forma de sorrisos, olhares e gentilezas. Um convite Vip, uma garrafa de bacardi lemon e fama vitalícia seriam o premio do vencedor que beijasse a boca daquela mulher. Sim, porque leva-la para cama era tarefa impossível. Enquanto confabulavam e traçavam seus planos de guerra, a tática padrão adotada por todos eles havia sido eliminar o mais fraco, o menino de 16 anos. Falavam sobre ele como sendo o motivo de chacota, por nunca ter sequer tocado os lábios de uma mulher. Pobres tolos, mal sabiam que a mulher misteriosa se encantava com a idéia descrita por eles. Passados os dias, comentavam as más linguas que um garoto frequentava os lencóis da mulher misteriosa. Decpcionados os amigos maldisseram o infeliz que os atrapalhara em suas apostas. Mal sabiam eles que o pobre coitado inexperiente, magricelo sem miolos, aquele que não sabia beijar escondia o jogo pelas mangas. Trataram então de sabotar o traidor, afastaram-no da mulher e não lhe pagaram o premio. Hoje em dia andando por ai ouve-se falar sobre ele, dizem que é malandro esperto, dono de si pegador. Coração de pedra, abusado como ninguém. O que poucos sabem é que dentro dele mora um desejo, encontrar a mulher misteriosa e provar a ela que já não é mais menino e agora sabe dar conta do recado. Pobre menino maroto, mal sabe ele que não só a mulher misteriosa como muitas mulheres da cidade, confabulam que ele era muito melhor quando ainda não conhecia o caminho de casa.
Amanda Costa
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