Eu continuo tentando entender a vida. Decifrar alguns mistérios. Tenho buscado perguntas em respostas nada satisfatórias.
Descobri que já não consigo me expressar bem com uma folha de papel, meus dedos já estão acostumados com o teclado.
Ontem olhei pela janela, vi um garoto sentado no meio fio. Cabeça baixa, olhos distantes. As gotas da chuva escorriam-lhe pelos cabelos. Estaria ele procurando o mesmo que eu?
Ando por aí, caminhando pela vida como quem procura algo que nem ao menos sabe o que é.
As vezes tudo me parece sem sentido, uma rotina onde todos os personagens insistem em representar os mesmos papeis, dia após dia.
Como conter essa ansiedade pelo novo? Como acalmar meu instinto de exploração, observação, de introspecção?
Eu vejo lá fora o tempo não para. Tento conter os segundos mas o relógio continua a girar os ponteiros em sua rotina imortal.
Mas uma vez saio caminhando pelas ruas sem rumo, meus pensamentos me acompanham. Lá dentro aquele conflito morando na mesma pergunta: porque estou aqui? O frustrante não é a ausência da resposta. Intrigante é querer estar aqui mesmo sem saber. Enlouquecedor imaginar que um dia não mais estarei, sem saber porque estive e porque fui.
Amanda Costa
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